Como definir os valores das ações de Trade Marketing: guia prático e estratégico
- @flavia.xb
- 27 de mai.
- 3 min de leitura
Definir quanto investir em ações de trade marketing ainda é um desafio para muitos profissionais. Afinal, como garantir que a verba aplicada no ponto de venda vai trazer retorno? Como precificar cada ação? Qual o equilíbrio entre custo, exposição e resultado?
Se você já se fez essas perguntas, saiba que está no caminho certo. Avaliar bem o valor das ações de trade marketing é essencial para garantir eficiência, maximizar resultados e justificar investimentos com base em dados — e não em achismos.
Neste artigo, vou te mostrar um passo a passo prático para definir os valores das ações de trade com mais precisão e estratégia.
1. Comece pelo planejamento estratégico da verba
Antes de pensar no custo de cada ação, é importante entender o tamanho da verba disponível, os objetivos estratégicos do período e os canais prioritários.
Qual é a verba total de trade para o ciclo/campanha/mês?
Quais são as metas de sell-out, cobertura ou visibilidade?
Quais canais, regiões ou produtos são foco?
Essas respostas vão ajudar a direcionar os investimentos com inteligência, evitando pulverização e desperdício.
2. Classifique os tipos de ações de trade
Organize as ações em grupos, de acordo com sua natureza e objetivo. Isso ajuda a criar uma lógica de investimento por tipo de ação:
Visibilidade e exposição (ex: displays, ilhas, materiais de PDV)
Ações promocionais (ex: descontos, combos, brindes)
Ativações e experimentações (ex: degustações, samplings)
Incentivos de sell-in e sell-out (ex: bonificação, prêmios)
Treinamento e relacionamento (ex: workshops, campanhas com equipe de vendas)
Cada categoria tem uma estrutura de custos e expectativas de retorno diferentes — por isso, precisam ser tratadas de forma específica.
3. Use referências reais e benchmarks de mercado
Uma boa prática é montar ou acessar um histórico de custos médios de ações realizadas anteriormente. Se você ainda não tem esse banco de dados, comece agora. Ele pode incluir, por exemplo:
Tipo de Ação | Custo Médio por PDV | ROI Estimado | Observações |
Degustação com promotor | R$ 350/dia | 3:1 | Alta conversão, mas custo elevado |
Ponta de gôndola | R$ 1.000/mês | 2:1 | Alta visibilidade, depende do giro |
Wobbler e material de PDV | R$ 25/unidade | 1.5:1 | Boa relação custo-benefício |
Além disso, converse com fornecedores, redes e distribuidores para entender valores atualizados e negociar pacotes com melhor custo-benefício.
4. Relacione custo com impacto potencial
Ao definir os valores, leve em conta três variáveis principais:
Custo total da ação
Alcance estimado (quantos PDVs, shoppers ou vendedores impactados?)
Potencial de resultado (em sell-out, share, visibilidade ou fidelização)
🔸 Uma ação com custo mais alto pode ser válida se o impacto e o retorno forem proporcionais ou superiores.🔸 Ações mais baratas, mas com baixo impacto, podem parecer econômicas — mas geram pouco resultado real.
5. Considere ações de premiação e seus custos ocultos
Campanhas de incentivo e premiação para a equipe de vendas (própria ou do distribuidor) são altamente eficazes para impulsionar sell-in e positivação no canal. No entanto, é comum subestimar o custo total dessas iniciativas.
Ao planejar esse tipo de ação, considere:
Valor total dos prêmios ou bonificações (em dinheiro, vale-compras, produtos ou viagens)
Quantidade de premiados e escalas de desempenho
Custos operacionais (envio de prêmios, gestão do ranking, auditoria)
Ferramentas de gestão e comunicação da campanha (plataformas, relatórios, suporte)
Tributação (alguns prêmios podem ter incidência de impostos como IR ou encargos trabalhistas, especialmente se forem pagos em dinheiro)
💡 Dica prática: Sempre adicione de 10% a 20% de margem de segurança sobre o valor estimado da premiação para cobrir os custos administrativos e logísticos.
Uma premiação bem planejada motiva, engaja e gera resultado, mas precisa ser estruturada com clareza e alinhada aos objetivos do ciclo promocional.
6. Priorize ações com ROI mensurável
Sempre que possível, escolha ações que permitam mensurar retorno, seja por meio de indicadores de sell-out, aumento de ticket médio, crescimento de share ou até engajamento do time de vendas.
💡 Dica prática: use indicadores como custo por PDV, custo por shopper impactado ou custo por unidade vendida adicional para comparar opções.
7. Adapte os valores por canal e região
Evite padronizar o valor de ações para todos os canais e regiões. Custos logísticos, força de marca local, negociação com varejistas e comportamento do shopper variam bastante.
Um material de PDV em uma rede nacional pode custar mais, mas também oferecer maior visibilidade.
Em regiões com menor penetração, talvez seja necessário investir mais para ganhar tração inicial.
8. Não esqueça dos custos ocultos
Ao calcular o valor de uma ação, inclua todos os custos envolvidos:
Logística e instalação de materiais
Treinamento da equipe
Taxas de exposição (sell-out e visibilidade)
Custos administrativos e operacionais
Esse cuidado evita surpresas no fechamento e garante previsibilidade no orçamento.
Valor não é custo — é investimento com propósito
Definir o valor das ações de trade não é só calcular quanto custa, mas entender quanto vale cada iniciativa dentro de um plano maior. Quando você precifica com base em dados, objetivos e impacto esperado, transforma cada real investido em potencial de resultado.



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